terça-feira, 21 de janeiro de 2014
Grêmio Osasco, cinco times em um
Por Márcio Silvio, repórter do Quintal da Notícia
Ainda tem muitos torcedores que travam a língua na hora de explicar qual Osasco está jogando. Não é por menos, pois o Grêmio Osasco, hoje, não só um clube, mas um grupo que gerencia outros quatro times. Assim, são cinco equipes com o selo do Grêmio Esportivo Osasco. De fato, é muita coisa para um projeto lançado no final de 2007. Teve sucesso dentro das quatro linhas, ainda sendo um simples GEO - subiu para a série A3, depois chegou à série A2 em 2010, mas naquele ano não teve gás para se manter, faltou dinheiro e estrutura, e a consequência foi o rebaixamento.
De volta à série A3, o Grêmio Osasco foi outra equipe e buscou novamente lugar na série A2. No entanto, a partir daquele rebaixamento de 2010 e da temporada seguinte, as coisas começavam mesmo a mudar. E essa mudança não foi coletiva, por conta de acertos táticos ou de jogadas maravilhosas. É que um homem surgiu na vida do Grêmio Osasco, para mudar de vez o curso da história. Um dos mais poderosos do Bradesco, o executivo Mário Teixeira, gostou do projeto e resolveu investir. Assim, de um ano para o outro, o GEO deixava de ser um time em desespero.
Mário Teixeira abriu o lacre e começou a vitaminar o GEO. Reformou o Centro de Treinamento e, de quebra, tabelou com a prefeitura para reforma do estádio do Rochdale. Assim, rapidamente a cidade começava a notar um novo Grêmio Osasco. Investidor e disposto a não quebrar a cara no futebol, Mário Teixeira mostrava mesmo que tem bom faro mercantil. Aporte financeiro ele garantia, mas precisava reforçar a estrutura física do GEO. O primeiro passo foi comprar um time da segunda divisão, o Osasco Futebol Clube.
Através do Osasco FC, o executivo conseguiu enquadrar o futebol osasquense como beneficiário do Ministério do Esporte que, anualmente, envia uma grana altíssima para o cofre do Osasco FC - por conta de projeto social. A compra do time, portanto, resulta num soma importantíssima para o GEO. Portanto, o OFC foi a primeira aquisição do Grêmio Osasco. Então, chega 2013, ano espantoso para o torcedor. Como o time não conseguiu acesso à série A1 (que era a aposta de Mário Teixeira), surgiu oportunidade no vizinho Grêmio Barueri. O executivo apontou os cheques para o clube, que estava cambaleante na série B do Brasileiro. Sem grana, o aceno de Mário Teixeira foi muito bem recebido em Barueri.
O homem do Bradesco, por pouco não comprou tudo lá. A parceria com o Grêmio Barueri durou três meses. Estava tudo encaminhado para fechamento de negócio, mas a diretoria local resolveu dar para trás e recuou. Mário Teixeira ficou muito irritado, pois aquela brincadeira de três meses custou-lhe mais de R$1 milhão. Mas isso não o abateu. O objetivo seguia, e ele queria mesmo ir para a vitrine do futebol. E foi assim que apareceu o Audax. Quando o negócio com Barueri foi para o espaço, Mário Teixeira ficou sabendo do problema do Audax e da possível venda do clube paulista. Entrou na parada e, em julho do ano passado, ofereceu R$30 milhões, uma nota sobre a outra. A negociação arrastou-se até setembro seguinte, quando o martelo foi batido.
Então, Mário Teixeira traz para o Grêmio Osasco não só um Audax, o paulista, mas também o carioca, sendo que ambos estão na elite do futebol. Sábado agora, o Grêmio Osasco/Audax estreia no Paulistão contra o Paulista de Jundiaí, enquanto o Grêmio Osasco/Rio estreia no Cariocão contra o Flamengo.
Até agora, portanto, há o Grêmio Osasco de fato, que vai disputar a série A2 do Campeonato Paulista, o Osasco Futebol Clube, da segunda divisão paulista, mais o Audax de São Paulo e o do Rio.
Mas não fica nisso, pois Mário Teixeira amplia o investimento, dessa vez com o tradicional Nacional da Barra Funda. A equipe disputa a série A2 do Paulista, e também vai mandar jogos no estádio do Rochdale.
Via Bradesco e pela entrada do Grêmio Osasco, o Nacional vai ganhar uma arena de primeira, e as obras começam logo após a Copa do Mundo. Portanto, além dos quatro times citados, o Nacional da Barra Funda forma o quinteto sob a marca do GEO.