A primeira vez a gente nunca esquece. A frase é tão batida, que talvez, Eva a criou após encontrar com Adão no Éden. Mesmo anciã, tal colocação segue moderna e raramente o frio na barriga foge na primeira vez. Seja qual for a primeira vez. No caso do Mogi Mirim, neste sábado foi realizado o primeiro jogo de 2014. Após o sucesso no Paulistão-13 e o fracasso na Série-C, 16 novos reforços chegaram e estava com muita curiosidade para ver este novo Sapão.
Tal qual no treino de quinta-feira, Aílton Silva lançou o time titular com Reynaldo; Edson Ratinho, Álvaro, Mirita e Leonardo; Magal, Elanardo e Vitinho; Serginho e Everton Sena; Magrão. O 4-2-1-2-1 é praxe na prancheta do treinador. A proposta ofensiva, porém, foi travada por três motivos. 1º - O bom posicionamento do Comercial, que fechou os espaços para os pontas e travou a saída de bola do Sapo. 2º - Os erros do Mogi, que por vezes displicente, errou muitos passes e criou apenas calafrios no torcedor. 3º - o bendito nervosismo da estreia.
No primeiro tempo, a melhor opção mogimiriana foi Edson Ratinho. O lateral chegava com liberdade e ousadia pela direita e quase abriu o placar 24 minutos. A oportunidade foi criada quando o Mogi crescia, timidamente, em campo. Antes dos 20 minutos, só dera Comercial, que, só não abriu o placar, porque Reynaldo estreou com muita segurança no gol do Sapo.
Na etapa final, o crescimento do time da casa prosseguiu e teve um grande responsável. Vitinho. O camisa 10 pouco fez no primeiro tempo. No máximo toque curtos, de lado, sem objetividade. Com uma personalidade diferente, ele chamou a responsa e aos sete minutos fez o primeiro gol do Mogi Mirim em 2014. Chute de fora da área, rasteiro, certeiro.
Vitinho cresceu com o gol e levou o Mogi com ele. Sena, Magrão e Serginho aumentaram a movimentação no ataque, como exige Aílton nos treinos. Outra circustância de treino que foi para campo foi a saída de Leonardo (com caimbras) para a entrada do zagueiro Fábio Sanches. Mirita foi deslocado para a lateral-esquerda, fechou o setor e ainda deu bons lançamentos no ataque.
Em uma destas investidas, Mirita lançou magrão, que ajeitou para dentro da pequena área e Vitinho, com o gol aberto, parou em monumental defesa de Júlio Sérgio. O goleiro porém, foi incapaz de parar o belo chute de Serginho, aos 40 minutos. O atacante recebeu de Ratinho, girou sobre a marcação e fez um bonito gol. O tento relaxou o Mogi, que abandonou o toque de bola rápido, em dois toques e passou a gracear. O Comercial aproveitou a brecha e aos 44 minutos descontou com Rodrigo Jesus. Aos 49 minutos, Macena ainda teve grande chance, mas mandou para a bola para longe. A primeira vez do Mogi foi tensa, mas, no final os três pontos garantiram o prazer de uma boa estreia no Romildo Ferreira.
É ISSO AÍ GAROTO!
VITINHO > Após um primeiro tempo apagado, Vitinho fez boa partida. Anotou o primeiro gol do Sapo no ano e compensou a desvantagem física com mobilidade. A briga com Morato pela 10 vai ser boa.
MIRITA > O melhor da defesa do Mogi. Seguro, ganhou quase todas as bolas e quando foi improvisado na lateral-esquerda também se deu bem.
EDSON RATINHO > Regular na defesa, foi boa válvula de escape no ataque. Levou a torcida ao delírio ao driblar William Simões e deixar o rival no chão. No segundo tempo, participou do gol de Serginho.
REYNALDO > O nervosismo da estreia após oito meses de clube resultou em uma bola defendida fora da área. Foi o único vacilo. No primeiro tempo, salvou o Mogi duas vezes com belas defesas e garantiu segurança em todas as bolas altas. Inclusive, com um sonoro é minha em que saiu perto da meia-lua da área!
ASSIM NÃO, MEU FILHO!
JUIZÃO > Não houve figura pior no Romildão que o árbitro
Aurélio Santanna Martins. Péssimo. Cheio de frescura, exigia cobranças de lateral e faltas na exata posição, porém, ignorava cartões em lances violentos do Comercial. Marcando faltas a todo momento, travou o jogo.
ELANARDO > Os bons treinamentos e as condições físicas de Olberdam deram a titularidade a Elanardo. O volante, porém, errou muitos passes no primeiro tempo. Como alento, cresceu nos minutos finais, saindo para o ataque. Vai precisar evoluir muito para a torcida não sentir saudades de Val, Renê Junior...
MAGRÃO > A bola pouco chegou, é verdade. A função tática foi bem cumprida, talvez. Mas, com quatro gols em cinco jogos-treino, todos esperavam mais de Magrão.
FOTO: Rafael Bertanha / Site Oficial do MMEC