São muitas as perguntas que flutuam no imaginário tricolor. Alexandre Pato no São Paulo seria um sonho de consumo inimaginário há três anos atrás, quando ele voava no Milan. Seria ainda surreal no ano passado, quando o Corinthians pagou R$ 40 milhões pelo camisa 7 rossonero. Mas, quer algo mais insano do que foi a troca entre Timão e Tricolor?
Foi algo tão maluco, que acho que só hoje tenho condições de redigir algo a respeito do tema. No final do texto, falarei um pouco sobre Jadson no Timão, mas me aterei mais a Pato no Morumbi. Em primeiro lugar ele tem a cara do São Paulo. Trejeito de meninão criado com a avó. Os mais preconceituosos o chamariam de "Mauricinho", tal qual Kaká, Caio Ribeirão & Cia. E esta "cara do São Paulo" é o primeiro extra-campo que pode ajudá-lo. A torcida não se importa com o estilo playboy de Pato.
O problema do atacante é que, assim como qualquer torcedor do mundo, o são paulino é apaixonado por raça, dedicação, amor à camisa. Pergunte ao Tricolor se ele gosta mais de Lugano ou Miranda? O uruguaio é infinitamente inferior tecnicamente, mas pelo "suar sangue", é ídolo imortal no Morumbi (e há quem sopre por aí, que Lugano está voltando. Mas esse boato é para outra hora).
Ou seja, Pato não pode cair na ilusão de que só o corintiano exige raça. No São Paulo, terá que comer grama para agradar as arquibancadas. Mas e para dar certo? Pato, assim como Ganso, não precisa ser um Pintado. Precisa jogar bola e capacidade para isso ele tem de sobra. E este choque de uma saída pela porta dos fundos, chutado para um rival do seu clube, pode ser o combustível perfeito.
Vejam Ronaldinho Gaúcho no Galo. Saiu esculhambado do Flamengo e chegou como piada no Atlético-MG. A revolta fez com que seu futebol fosse ressuscitado e o R10 conduziu o Galo ao topo da América. Muito por mérito dele. Muito por mérito da diretoria, que montou um bom time. E muito por mérito da torcida, que o abraçou quando a mãe estava doente. Pato ainda tem outra motivação que vai além dos R$ 800 mil que entra em sua conta bancária. As seguidas lesões de Fred estão abrindo um espaço na Seleção Brasileira. Em 2010, eu cravaria que Pato seria o titular em 2014. Hoje, ele precisa renascer para beliscar um lugar no selecionado verde e amarelo e o São Paulo é uma grande chance para este recomeço.
No aspecto tático, um problema. Pato, Luís Fabiano e Pabón devem formar o trio de ataque, com Ganso na armação. E quem marca? Souza é bom cabeça-de-área, mas não há outro volante decente no elenco são paulino. Baraka, do Mogi Mirim, seria um ótimo nome. E está dando dopa no mercado. Muricy Ramalho terá que usar muito o "Aqui é trabalho, meu filho", para acertar o melhor sistema que faça o Tricolor jogar bem e a torcida ter a resposta. "Pato vai ou não dar certo no São Paulo?".
JADSON
Sou fã de Jadson desde 2004. No Atlético-PR, o meia arrebentou e infelizmente deixou o Brasil jovem. Brilhou na Ucrânia, teve altos e baixos no São Paulo e agora chega como solução no Corinthians. Por se esconder de jogos importantes, pode naufragar diante dos alvinegros. Porém, pelas características e necessidades do time e por seu estilo agudo de armar, tem tudo para formar ótima dupla com Renato Augusto. Vamos ver de dá certo, né, mano?!