O horário nem era dos piores. Mas, com o "carnavá" rolando solto, muita gente acordou pra lá do 12h00. No meu caso, 12h45. Assim, eu e muita gente, fomos impedidos pelo sono carnavalesco de assistir, ao vivo, uma obra-prima de Yaya Touré. O marfinense sobe a cada dia na escala dos maiores do mundo. Hoje, está entre os cinco. Hoje, seu gol, o confirma como o melhor africano desde que Drogba e Eto'o foram se aventurar na China e na Rússia.
Com a Inglaterra sob seus pés, ele utilizou o seu direito para desenhar uma pintura. Aos 9 minutos do segundo tempo, o Manchester City perdia por 1 a 0 para o Sunderland. O gol de Borini, aos 10 da etapa inicial, fez ressurgir o fantasma da zebra imposta pelo Wigan, na última final da FA Cup. Mas como um exorcista, Touré expulsou os demônios em Wembley. No lendário Wembley, o gol de uma legenda.
Touré tocou a bola para Zabaleta e recebeu quase que nas mesmas condições em que passou para o argentino. A diferença, além dos centímetros à frente, foi o tempo para manufaturar o golaço. Quando a bola voltou aos pés do marfinense, o cálculo fatal terminou com um chute pornográfico. Sem pudor, Touré abriu caminho para a virada dos Citiziens. Um minuto depois, Nasri virou e no final, Jesus Navas ainda ampliou. O City voltou a vencer a Copa da Liga após 38 anos.
Terceiro título do time de Manchester na história da competição. Ao Sunderland, meus pêsames pela perda da inédita taça. São 41 anos sem títulos e os comandados de Gus Poyet mereciam findar o jejum. Mas não contra Touré. O marfinense que me fez se arrepender de ter seguido a ordem padrão de dormir oito horas. No próximo Carnaval com jogo do City, madrugarei para não perder o que eu e milhares de brasileiros perdemos hoje.
Aos que assim como eu, não viu o gol de Touré ao vivo, eis aqui uma segunda chance:
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