Mas como um jogador do paradisíaco conjunto de ilhas, próximo de Cuba, veio parar em um clube do interior de São Paulo? Foi tudo por conta de um amigo. Comum de Happy e Rivaldo, o presidente do Mogi Mirim. O ex-jogador da Seleção Brasileira atendeu ao pedido e cedeu ao bahamense a oportunidade de passar por um período de testes no clube. A expectativa de permanecer no elenco era irrisória. Mesmo assim, o defensor, que atua tanto como lateral pela direita ou zagueiro, participou normalmente de todos os treinos e foi observado pelo técnico Claudinho Batista.
"Se está no grupo, está treinando, eu vou olhar, é claro. Se mostrar que pode ficar, por que não"? Claudinho me falou isto há umas três semanas. Depois, Happy até recebeu elogios, mas deixou o clube na sexta-feira (16). Uma passagem rápida, mas que o ajudou a ampliar o número de amigos no país. Mesmo que eles não tenham entendido 100% do que Hall dizia. "Ele fala um pouco de espanhol e até vai bem no português", revelou Valdir, assim como Happy, lateral direito. Com o sinal verde do idioma, resolvi abordá-lo. O papo foi rápido e bilíngue (não cheguei a testar meu inglês). O jogador se disse feliz (juro que não foi um trocadilho com o nome dele) com a oportunidade de viver o dia a dia em um clube brasileiro.
Ao falar sobre o futebol em Bahamas, revelou que lá a modalidade é praticamente amadora. Na foto acima, Hall aparece ao lado de Tyrone Sawyer e Karl McCartney, membros do Ministério da Juventude, Esportes e Cultura das Bahamas. O encontro aconteceu no final de 2012 e ainda contou com a presença de outro jogador de destaque no país: Calvin Balfour. Antes de discutir formas de desenvolver o esporte, sobretudo o futebol nas Bahamas, ele teve que dar uma de mochileiro para atuar profissionalmente.
A carreira começou nos EUA. Em 2005, defendeu o Appalachian Superior University, um time sediado em Boone, na Carolina do Norte. De lá foi para o Bradenton, da cidade de mesmo nome, situada na Flórida. Depois, migrou para a Canadian Soccer League, o 'Canadensão'. Defendeu o North York Astros em 2008 e no ano seguinte foi se aventurar na Europa. Jogou no Gosport Borough, clube da sexta divisão inglesa (a Conference South). Os Boros, inclusive, têm um distintivo muito legal, digno de quem curte um futebol alternativo (clique neste link e veja o símbolo do Gosport).
No mesmo ano, Happy retornou ao Bradenton. Entre 2009 e 2010 foi parar em Trinidad & Tobago, onde vestiu a camisa do Ma Pau SC, clube da TT Pro League. Nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, Happy Hall foi convocado pela seleção principal das Bahamas e vestiu a braçadeira de capitão. O jogador participou dos empates em 1 a 1 e 2 a 2 com as Ilhas Virgens Britânicas e das derrotas por 6 a 0 e 7 a 0 para a Jamaica. Já em 2011, foi mais uma vez capitão nas vitórias por 4 a 0 e 6 a 0 diante da rival Ilhas Turcas e Caicos.
Capitanear a seleção de seu país pode até ser um feito importante, mas a grande oportunidade da carreira não chegou a entrar no currículo. Na temporada 2011/2012, Happy Hall foi para o Otelul Galati, da Romênia. Foi a única edição da UEFA Champions League na história dos Steelworkers. Há poucos dias da estreia do clube, Happy Hall sofreu uma lesão no joelho, que o impossibilitou de ser inscrito na competição. "Foi uma decepção, principalmente, por não poder enfrentar o Manchester United", revelou ao Blog. Hall voltou mais uma vez aos EUA, defendeu o Dayton Dutch Lions, com quem, em 2011, assinou um contrato de dois anos.
Happy Hall (centralizado) ao lado de lado de Leonardo, Mauro e Magal |
Surfando na rede, encontrei uma reportagem da época. Nela, o diretor técnico dos Lions, Cor van Hoeven, definiu Happy como um defensor forte e que já atuara em várias posições. "Com sua experiência internacional, ele é um ganho para o Dayton Dutch Lions", afirmou. Agora, em um próximo clube, o jogador das Bahamas também poderá falar sobre a passagem pelo Brasil. De um dos destinos turísticos mais desejados do Mundo, para o país do futebol. Nada como ter um amigo que é amigo de um dos jogadores de futebol mais conhecidos no Mundo...
UM POUCO SOBRE AS BAHAMAS
GEOGRAFIA - As Bahamas ou, oficialmente Comunidade das Baamas, é um país insular constituído por mais de 3 mil ilhas, recifes e ilhéus no oceano Atlântico, ao norte de Cuba e da ilha Espanhola (Haiti e República Dominicana), a noroeste do território ultramarino britânico das ilhas Turcas e Caicos e a sudoeste do estado americano da Flórida.
COLOMBO - As Bahamas foi o local do primeiro desembarque de Cristóvão Colombo no Novo Mundo em 1492. Apesar de os espanhóis nunca terem colonizado as ilhas, transportaram os lucaianos (habitantes originais do local) como escravos para a ilha Espanhola. As ilhas permaneceram quase despovoadas entre 1513 e 1648, quando colonos britânicos da Bermuda se estabeleceram na ilha de Eleutéria, umas das áreas das Bahamas.
COLÔNIA - O país se tornou colônia da coroa britânica em 1718, quando a Grã-Bretanha apertou o cerco à pirataria. Depois da Guerra da Independência dos Estados Unidos, milhares de lealistas (apoiantes da monarquia britânica) e escravos africanos deslocaram-se para as Bahamas e implantaram uma economia com base em plantações. O tráfico de escravos foi abolido no Império Britânico em 1807 e muitos africanos libertados de navios negreiros pela Marinha Real foram colocados nas Bahamas durante o século XIX. Os descendentes destes escravos constituem a maioria da população bahamiana atual.
ECONOMIA - As Bahamas é um dos países mais ricos da América (atrás dos Estados Unidos e do Canadá), quanto a número de PIB (Produto Interno Bruto) per capita. Localizadas a aproximadamente 160 km da costa da Flórida, com um ótimo clima — com média de pouco mais de 32°C — e com um mar cristalino de águas azuis turquesa e praias de areia branca perolada, as ilhas das Bahamas são um dos principais destinos turísticos do Mundo.
POPULAÇÃO - Originalmente habitadas pelos Lucaianos, um ramo dos Taínos, falantes do aruaque, as Bahamas tem uma população estimada em 382.825 habitantes. Deste total, 67,2% estão entre os 15 e 64 anos de idade. O país apresenta uma taxa de crescimento populacional de 0,925%, conforme estatísticas de 2010, com uma taxa de natalidade de 17,81, e taxa de mortalidade de 9,35 a cada 1000 habitantes. Registra ainda, taxa de migração líquida de -2,13 migrantes, a cada 1.000 habitantes.
Pelas fotos, um dia, quero estar é na lista de imigrantes...
FONTE DO HISTÓRICO DAS BAHAMAS: WIKIPEDIA
Ótima matéria. Gosto bastante de acompanhar o futebol nesses países mais exóticos e a Bahamas se encaixa nesse perfil. É bem dificil encontrar informações sobre as equipes de lá e ver que o Mogi quase teve um jogador das Bahamas é sensacional, uma pena que não deu certo.
ResponderExcluirAcho que se o Paulistão não tivesse a regra de inscrever apenas 28 jogadores, Happy poderia continuar treinando no Mogi e quem sabe entrar em algum jogo...