domingo, 30 de agosto de 2015

Alguns pitacos sobre Mogi Mirim 1 x 1 Bahia





TEXTO: Lucas Valério
Foto: Rafael Bertanha / Assessoria do MMEC


# O técnico Sérgio Guedes tem convivido com uma série de problemas. Para o duelo com o Tricolor, o treinador não teve Serginho suspenso e ainda perdeu, a poucos dias do jogo, o lateral direito Edson Ratinho, o zagueiro João Paulo, o meia Elvis e o atacante Geovane deixaram o clube. Bruno Veiga e Thomas Anderson (liberado para trabalhar com bola) também seguem fora. Com baixas de peças importantes (João Paulo e Elvis não entram neste perfil), Guedes inicia uma nova fase no clube. Um novo Mogi está entrando em campo neste returno, com peças recém-chegadas, como Everaldo e Michel. Dieguinho, que ganhou a posição após atuar em Criciúma, é outra novidade, assim como os atletas que brigam pelas vagas já deixadas por Rivaldinho e Rivaldo.

# O começo do jogo foi baiano. Com uma qualidade superior, o Bahia também teve superioridade tática durante 25 minutos. Foi um período em que o Sapo não chutou e não conseguiu trocar mais de três passes. Só que o Bahia pouco criou, a melhor chances foi em um voleio de Maxi Biancucchi, em que Daniel fez defesa milagrosa.

# Nos 20 minutos seguintes (2 com os acréscimos), quem mandou foi o Mogi Mirim. Com Everaldo envolvente na frente, muitas ultrapassagens de Dieguinho pela esquerda e maioria no meio-campo, o Sapo criou chances. Magal teve duas. Ortigoza teve uma incrível. O crônico problema da ausência de um matador e de um cérebro era latente no período em que só deu Mogi, mas não saiu gol do Mogi.

LANCE A LANCE: COMO FOI MOGI MIRIM 1 X 1 BAHIA

# Matheus Ortigoza teve uma noite controversa. O gol perdido no primeiro tempo virou bobagem perto do que ele fez na etapa final. Sem goleiro, encima da linha, de perder a linha. Mas, o futebol é o futebol e minutos depois, ele aproveitou cruzamento de Michel e abriu o placar. Ele ainda meteu uma bola no travessão, enquanto o marcador apontava 1 a 0. Não foi gol perdido, foi procurado e não cravado. Mas, fez falta...

# O Mogi era soberano. O Bahia não incomodava e tudo levava a crer que apenas uma bola parada, já que Souza e Tiago Real (entrou na etapa final) são bons neste tipo de lance. Até que veio o castigo. O gol baiano, que seria merecido nos 25 minutos iniciais doo jogo, saiu quando o Sapo não merecia ser vazado. Jogada pela direita, falha da zaga e gol de Kieza. O empate visitante reduziu a segurança e confiança do Mogi. Os espaços que seriam deixados por um desesperado Bahia já não surgiam com a mesma frequência e a partida ficou por um fio. Para os dois lados. Ninguém fez. E ninguém saiu feliz. Principalmente o mogimiriano, que viu frustradas as chances de acabar com a série ruim, aumentada para sete partidas sem vitórias.

# Gostei muito da presença dos laterais, principal força da equipe na noite deste sábado. Michel e Dieguinho subiram muito bem, deram alternativas e criaram chances claras de gol. Foi de Michel o cruzamento para o gol de Ortigoza. Foram os pés de Dieguinho que proporcionaram as chances claramente perdidas pelo mesmo Ortigoza. O atacante, aliás, também merece elogios. Após a partida, se martirizou e assumiu a culpa pelo empate em entrevista. Disse ter feito um jogo horrível. Não acho que foi tanto assim. As chances eram absurdamente fáceis e ele precisa mesmo refletir e treinar para não perde-las mais. Mas, encontro outro prisma. Ortigoza estava lá, na área, no lugar certo. Se aprender com os erros e manter o bom posicionamento, pode, finalmente, engrenar no comando de ataque mogiano. Ainda sobre os laterais, as boas chegadas também foram fruto das dobras com Everaldo e Franco, proposta treinada por Sérgio Guedes nos últimos dias. O problema são os vazios deixados na zaga, em algumas subidas.

# Outro ponto para correção é o alto índice de passes fáceis errados. No começo do jogo, Magal, por exemplo, cansou de cometer este falha. E pensar que, com 901 passes certos, o volante do Sapo é o jogador que lidera este quesito na Série-B de 2015. Esta é uma das críticas mais complexas de se fazer. Se por um lado o Mogi é o segundo time que mais acerta passes na Série-B (6.980 em 21 jogos), é também a equipe que mais erra: 865. A análise simplória é de que há uma proposta clarividente e praticada. O Mogi troca passes em demasia. Circula a bola. Mas não a joga para o gol. Falta Ortigoza se acertar. Ou acertar com um camisa 9. E um 10. O pedido não é apenas do chato jornalista, que insiste nesta tecla. É de Guedes também. O difícil é encontrar quem queira vir por um salário aceitável e em condições de chegar e jogar. Como disse Guedes neste sábado, não dá para esperar alguém que está parado e precise de cinco jogos. A reação do Mogi precisa ser para ontem. 

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