Série histórica - O Mogi Mirim não vence agora há 17 partidas. Não triunfou nas últimas 14 da Série B de 2015 e nas três rodadas do Paulistão. O último triunfo foi fora de casa, contra o Boa Esporte. Já a última vitória em casa aconteceu no dia 14 de julho, ou seja, há exatos sete meses. Claro que são jogadores diferentes e que Toninho, só neste ano, montou o time ao seu modo. Porém, imagine como está a paciência do torcedor...
Esquema – O Sapo entrou em campo em um 4-2-1-2-1. Confuso, mas nem tanto. Gabriel Dias e Bruninho foram os volantes à frente da linha de quatro formada lá atrás por Wendel, Renato Santos, Bruno Costa e Bruno Teles. Lulinha foi o primeiro '1' e atuou com Keké e Léo Artur abertos, com Roni, o segundo '1', como referência. Não foi ruim, mas não empolgou. Nem tanto pelo esquema escolhido, mas pelas peças. Alex Reinaldo poderia funcionar melhor como lateral, já que o apoio é seu forte. Wendel, que jogou improvisado na lateral direita, poderia fazer o que fez Gabriel Dias, improvisado no meio. Na frente, não há alternativas para Keké e Léo. Neste caso o clube precisa recorrer ao escasso mercado e contratar um atacante ao estilo Rossi, que meu companheiro de profissão, João Gonçalves, adora. Atacante pelos lados tem que picotar a defesa e abrir uma cratera para quem vem de trás. E claro. Falta também um centroavante para a empurrar as bolas que passam toda vadia na frente do gol rival.
Físico - O Mogi tem pago um preço caro pelo início tardio da pré-temporada. Após correr e não marcar na etapa final, o Sapo ficou pregado no segundo tempo. Normal para um time que começou a contratar em peso apenas na primeira semana de janeiro e que recebeu atletas às vésperas do início do Paulistão. Até contornar o problema pode ser tarde.
Arbitragem – Rodrigo Gomes Paes Domingues apitou o jogo entre Mogi e XV ao melhor estilo das arbitragens no Vail Chaves. O juizão picotou o jogo para o Nhô Quim, não marcou faltas para o Sapo que marcou para os visitantes. Além de travar o jogo, Domingues ainda errou ao não dar pênalti de Fábio Sanches em Lulinha. O lance não era dos mais difíceis...
Números - Segundo o Footstats, foram marcadas 17 faltas contra o Mogi e apenas sete infrações dos quinzistas, o que ajuda na tese exposta acima. Outro índice interessante é o número de passes. O estilo dos times de Claudinho Batista já está impregnado no Nhô Quim, que teve 56,1% de posse de bola e 294 passes certos contra 184 do Mogi. O Nhô Quim acertou 87% dos passes. Apesar dos números melhores nestes quesitos, o XV chutou apenas uma bola na direção do gol de Daniel e fechou o jogo com 10 arremates. O Mogi deu mais trabalho a Bruno Brígido, com sete gols na direção correta, porém, com 12 chutes para fora, justificou o empate sem gols.
XV - Os números mostram que o XV sofre do mesmo mal do Mogi. Se a defesa é sólida, o ataque é pouco produtivo. Em três jogos o Nhô Quim acertou apenas quatro na direção do gol. Dos 29 arremates, apenas 13,79% foram na direção do gol. O técnico Claudinho Batista terá trabalho para acertar o setor, que será testado (e talvez contestado) mais uma vez diante do Rio Claro, na quarta-feira (17). O confronto, aliás, marcará a estreia de Sérgio Guedes no comando do Galo Azul, clube de sua cidade.
Rivaldinho - A participação de Rivaldinho merece um destaque à parte. O atacante entrou na etapa final e foi hostilizado pela torcida. Algo que fez lembrar 1993, quando o pai voltou a Mogi para defender o Corinthians, marcou e ainda mandou a torcida se silenciar. O filho não fez, mas, por segundos, deixou o estádio em silêncio. O gol perdido é daqueles que serão lamentados pela torcida do XV, que, no intervalo, mandou o coro: "Raça quinzão, você é tradição". Já alguns torcedores do Mogi cantarolaram contra o ex-presidente e pai de Rivaldinho: "Arê arê ê... eu quero ver de volta o meu CT"
ANÁLISE INDIVIDUAL DO MOGI MIRIM
Wendel - Com três zagueiros de origem em campo, tinha espaço para apoiar, mas, se limitou a marcar. Deu pouca opção de ultrapassagem a Keké.
Renato Santos - Zagueiro teve estreia muito segura e mostrou que deve ser titular. Aparência física é de beque de amador, mas, se posiciona muito bem.
Bruno Costa - Deu alguns sustos, mas, fez bem o 'feijão com arroz' pela esquerda da defesa. Lado é bem protegido.
Bruno Teles - Um dos motivos para a segurança do setor é Bruno Teles, lateral que marca bem e apoia pouco.
Gabriel Dias - Fez bem a proteção na entrada da área e comprometeu apenas na saída de bola. Como estava improvisado no setor ganha um desconto.
Bruninho - Melhor do que diante do Audax, o volante até criou uma grande chance de gol na etapa final. Precisa cometer menos faltas, já que é o quarto mais faltoso do Paulistão com 11 infrações em três jogos.
Lulinha - Ainda está abaixo fisicamente, mas, com poucos toques, mostrou que é acima da média do grupo. Sofreu pênalti não marcado pela arbitragem.
Keké - Tem muito potencial, mas, assim como outro garoto, Ruster, ainda peca na escolha ao definir. Cresceu no segundo tempo, mas, sentiu falta de um parceiro pela direita.
Léo Artur - Não me convenceu nos três jogos. Cisca, chuta perto, mas sempre para fora. Não é driblador e nem velocista. Para sua sorte, há poucas opções para a função.
Roni - Está mais fino, foi bem melhor que na estreia e é melhor que Ortigoza. Mesmo assim não é o 'camisa 9' ideal. Foi presa fácil entre os zagueiros do XV.
Jean Deretti, Ortigoza e Diego Lorenzi - Dá para avaliar em conjunto. Entraram e nada acrescentaram.
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