O jogo só acaba quando o juiz dá o último apito. Esta frase é um fato. Um fato matemático. Como o futebol tem lá seu lado não exato, é possível projetar resultados mesmo antes do apito inicial. Há dois momentos em que torcedores, técnicos e dirigentes calculam certos resultados. Na publicação da tabela, em um raciocínio ainda mais teórico, já que não é possível medir como a equipe estará, mas apenas o fator casa e o peso da camisa rival. Há também uma projeção mais próxima, aquela feita dias antes de determinado jogo. Neste caso dá para mensurar o momento técnico vivido pelas equipes, as disposições táticas e até o fator ‘boa ou má fase’.
São estes três aspectos que sustentam a minha teoria de que o Mogi Mirim pode sim vencer o São Paulo na noite desta terça-feira (1), a partir das 20h30, no estádio do Pacaembu. A partida válida pela terceira rodada foi transferida para nova data devido à presença do São Paulo na primeira fase da Copa Libertadores. A fase são paulina é tão ruim que, lá no começo de fevereiro, tinha tudo para ganhar com sobras do Mogi Mirim. O Sapo estava em plena reconstrução e o Tricolor tinha um Calleri inspirado, um Ganso elogiado e a crise com Michel Bastos, por exemplo, nem existia.
Hoje, Bastos nem jogará. Sofreu lesão muscular e será ausência. Ganso e Lugano também estão fora, poupados. Tecnicamente o momento vivido pelo São Paulo é fraco. O time que enfrentará o Sapo terá Dênis; Bruno, Maicon, Rodrigo Caio e Mena; Hudson, Thiago Mendes e Carlinhos; Rogério, Centurión e Calleri. Thiago era outro em alto nível no começo do ano, mas que já convive com algumas vaias das arquibancadas. Centurión não emplacou. O São Paulo pode ser maior, jogar em casa, mas está pronto para tropeçar.
A fase ruim não é apenas de algumas peças, mas da instituição. O noticiário é quase sempre negativo. Desde decisões na Justiça até a falta de acordos publicitários. O São Paulo é hoje o time da piada pronta. Ou alguém ficou surpreso com Reinaldo sendo o algoz no Moisés Lucarelli, na derrota por 1 a 0 para a Ponte? É claro que este fator levantado não implica em argumentos técnicos. Portanto, vamos para a última parte da tese: a tática. O São Paulo montado por Edgardo Bauza é consistente na defesa, mas falho no ataque. Impotente. E esta potência, sem Michel Bastos e Ganso cai ainda mais. Além disso, Carlinhos, Centurión e Rogério precisarão ir além do que já fizeram no clube para não se perderem no ataque. Além disso, do outro lado, há um Mogi Mirim estruturado para defender. Contra o Santos, suportou bem a pressão santista até que a movimentação diferenciada de Lucas Lima fez o sistema desabar. O São Paulo não tem um Lucas Lima. Não tem uma movimentação que confunda as zagas rivais. Não tem poder de fogo.
O risco de ‘ressuscitar’ o São Paulo passa muito por uma ausência importância. O lateral esquerdo Bruno Teles está suspenso. Ele é o único jogador original da posição. Pensei até que Toninho Cecílio inscreveria o garoto Luan, titular em alguns jogos da Série B em 2015, mas preferiu abastecer o ataque. Como o técnico não deu pistas sobre a formação, a aposta é em algo que já ouvi do próprio Toninho. Bruno Costa é visto como um provável lateral. O zagueiro é canhoto e já atuou no setor.
Além disso, como não é um jogo em casa ou contra um time de porte semelhante fora, a tendência é fortalecer a marcação. Assim, o Sapo deve entrar em campo com Daniel; Wendel, Saimon, Renato Santos e Bruno Costa; Gabriel Dias, Bruninho e Lulinha; Keké, Léo Artur e Roni. E justamente com este último eu fecho o pitaco para o jogo. O avante revelado pelo Tricolor é o favorito para marcar caso o Mogi saia vencedor. Palpite pela força da ‘Lei do Ex’. Que do outro lado só será posta em prática caso Caramelo, cria do Mogi, resolva marcar nesta terça seu primeiro gol com a camisa do São Paulo...
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