terça-feira, 8 de março de 2016

Mogi: A mudança no comando técnico e seus indicativos

Toninho Cecílio caiu. Flávio Araújo assumiu. Não é novidade para a maioria dos torcedores do Mogi Mirim. Antes de entrevistar o novo comandante e os dirigentes que comandaram este processo de transição, quero tecer uma opinião. A contratação de Flávio Araújo é pela Série C do Brasileiro. O treinador tem este perfil, com acessos nacionais no currículo e muito conhecimento sobre o futebol nortista e nordestino, rivais pelo acesso em uma eventual fase final.

Flávio também pode ser mais barato que Cecílio, treinador de um grande centro, o que indica um natural enxugamento na folha salarial. As saídas casadas dos auxiliares Marcus Vinicius e Juninho, do preparador físico Anderson Gomes eram óbvios. Chegaram com Toninho e saíram com Toninho. Me surpreendeu (em partes) a saída de Nelcírio Franchin, preparador de goleiros do sub20 até 2014, quando Rivaldo o alçou ao time principal em meio a uma bela enxugada na folha salarial. Frank é da casa, daqueles que integram uma espécie de comissão permanente.

Sua saída já era planejada pela diretoria há um certo tempo e foi barrada exatamente por Toninho, fã do trabalho do preparador. O corte geral traz à tona uma filosofia de ‘vai ficar quem rezar a cartilha’. Não vejo problemas, desde que a cartilha seja boa. Os exemplos de gestão do grupo que administra o Sapo, com quedas pelo Duque de Caxias e logo nos primeiros meses de Mogi Mirim, indicam um cenário pessimista. Toda a bagunça gerada pelo conflito de egos entre Luiz Henrique de Oliveira e Victor Manuel Simões (com a volumosa ajuda de seus pares, claro), vitimou as chances de sucesso do Mogi Mirim no Paulistão. O último fio de esperança foi justamente Toninho Cecílio.

Não que ele fosse um curandeiro. Mas, não fosse o perfil diretivo e o currículo do treinador, não acredito que um elenco competitivo seria montado. E foi. Com muito dinheiro, é verdade. Há salários altos, basta ver o currículo dos contratados, como Lulinha e Bruno Teles. Muitos nomes que poderiam chegar também não vieram. O clube carece de um diretor de futebol rodado. A ausência de um Luiz Simplício é significativa. A necessidade de bagagem que o ‘Mundo da Bola’ exige não comporta a presença de dois filhos do presidente, com baixa quilometragem neste universo tão cheio de armadilhas.

Com todas aquelas brigas, a preparação foi atrasada. O começo de campeonato foi ruim, com duas derrotas e um empate. Estes cinco pontos contra Audax e XV fazem falta. Não fosse por eles, o treinador seria o mesmo. Ou provavelmente seria. Toninho saiu e Flávio Araújo chegou. É bom treinador, fez grande trabalho no Sampaio Corrêa e pela primeira vez irá desbravar o grande centro da bola brasileira. Pegará um elenco que me parece unido e qualificado, mas que ele não conhece com precisão.

A tradicional chacoalhada resolve? Na matemática, não há motivo para desespero. São apenas três pontos para fugir da zona de rebaixamento. Uma vitória. Duas, podem mudar o cenário. Sonhar até com classificação. Há dois jogos em casa após o terror de fazer quator seguidas como visitante. Série que, inclusive, poderia manter Toninho no cargo. A questão é: o que passou pela mente dos dirigentes? Uma das perguntas para a coletiva desta quarta, às 15h30, que apresentará o quarto técnico efetivo da ‘Era Luiz Oliveira’...

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