O sonho Kueio Loko para 2014 é controverso. Brigar apenas para não cair ou lograr uma vaga na elite paulista em 2015? Não dá para saber. A culpa é do controverso time da Esportiva Itapirense. Em três rodadas, uma vitória, uma derrota e um empate. Contra São Caetano e Red Bull, em casa, teve esboços de um bom time. Contra o Guaratinguetá, como visitante, foi dominada.
No mais recente destes duelos, ficou certo que não há certeza de nada. Durante os noventa minutos, muita oscilação. Paulinho Ceará montou este time para se defender e contra-golpear. Além dos três zagueiros, há dois volantes de rara infiltração no ataque. Os alas, Jeferson e Paulo Krauss (ou Anderson), são genuinamente ofensivos, mas com muitas obrigações defensivas e pouco chegaram ao ataque. Na armação, o ótimo Valdeir ditou o ritmo do jogo enquanto o corpo deixou. Com 36 anos, sobra categoria, mas falta fôlego. Na frente, com Finazzi no banco, Roberto Jacaré e Ibson garantiram maior movimentação. Contra o Red Bull, a dupla deu trabalho aos experientes zagueiros Anderson Marques e Fabiano Eller.
Enfim, um time armado para se defender, dentro de casa, é sempre uma interrogação. A ideia é causar uma armadilha ao rival, que tem espaço para atacar, mas deixa a defesa vulnerável. O problema é que no primeiro tempo, a Esportiva pouco aproveitou estas jardas conquistas para o contra-golpe. Por mais controverso que pareça, o time só cresceu quando sofreu o gol. Aos 25 minutos, a Vermelhinha foi picada por seu próprio veneno. Após o árbitro Norberto da Silveira não marcar falta em Humberto, o Red Bull puxou contra-ataque pela direita e o matador Henan abriu o placar.
A derrota parcial exigiu uma mudança. Não dava para seguir lá atrás, com o placar desfavorável. Renan em cabeçada e Ibson após linda jogada individual, pararam no goleiro Juninho. Henan, após boa jogada de Bruno Paulo, parou no travessão de Adinam. Já Roberto Jacaré, ninguém para! Aos 38 minutos, o camisa 11 recebeu na esquerda da grande área e com um toque de classe, encobriu o goleiro do Red Bull. Um golaço que ascendeu o Coelho. Valdeir, com belos passes, armou boas chances. Andrade, em falta de longe, quase devolveu a vantagem ao Red Bull.
Foi um primeiro tempo com energético! E quem esperava o mesmo ritmo na etapa final, viu a Esportiva, de novo, chamar o rival. O Red Bull aproveitou e só não desempatou porque Adinam, mais uma vez, salvou a Esportiva. O trio de zaga também merece elogios. Rufino, Renan e Vinicius dividem todas as bolas e, em casa, dão segurança ao time. Na frente, os desejados contra-ataques não eram aproveitados. Falta um velocista para que este esquema funcione. Mesmo assim a Vermelinha quase virou. Na bola parada, Humberto parou em defesa espetacular de Juninho, após lindo cabeceio. Já Rufino, à lá atacante, quase fez de voleio. No final, o bom jogo terminou com o placar mais justo. E a Esportiva segue sem definir o que pode fazer nesta Série A2. Hora, penso que pode subir. Hora, rezo para não cair.
MARCA
Defensiva? Pouco importa se levarmos em conta o retrospecto em casa da Vermelhinha. A Esportiva não perde há 14 jogos dentro do estádio Chico Vieira. São 12 partidas de 2013 pela A3 e duas de 2014 pela A2. 11 vitórias e três empates. A última derrota foi pela penúltima rodada da Série A3 de 2013. No dia 30 de março, a Esportiva caiu diante do Marília por 2 a 0. Com o ótimo retrospecto como mandante, a Vermelhinha garantiu o acesso para a A2 no ano passado.
Crédito da imagem: Marcelo Santoro