sexta-feira, 22 de maio de 2015

Mogi Mirim recebe Sampaio Corrêa em partida que pode ser divisor de águas para o técnico Edinho

Fotos: Silveira Jr

A primeira vez a gente nunca esquece. Frase gasta em qualquer esfera da vida e na vida de qualquer pessoa. Para um treinador de futebol, a primeira partida é importante, o primeiro título é a glória, mas o divisor de águas parece ser mesmo a primeira pressão. Em seu 39º dia como técnico de futebol, Edinho Nascimento terá seu primeiro jogo sob pressão. O Mogi Mirim enfrenta o Sampaio Corrêa, nesta sexta-feira (22), a partir das 21h50, no estádio Romildo Ferreira. E o cargo do técnico está ameaçado.

Mesmo que ninguém trate do tema oficialmente, jogadores e o próprio Edinho têm noção de que a partida é vital para a carreira do ex-goleiro e ex-auxiliar do Santos. “A gente tem que jogar por ele e para o torcedor também. Porque o torcedor merece uma reposta, junto com o treinador e a direção. Nós não podemos falhar mais”. A frase é do atacante Geovane, que não negou o desejo do grupo de recuperar o Mogi e, consequentemente, contribuir com a permanência de Edinho.

O atacante não negou que haja uma pressão pelo resultado. Reconheceu também que as duas derrotas na Série-B (para Criciúma e Bahia) ocorreram em decorrência de falhas individuais. “Ele (Edinho) armou o time certinho. Nós é que entregamos os gols aqui (no jogo com o Criciúma) e lá na Bahia”, enfatizou. Titular do ataque, Geovane tem a opinião compartilhada até por quem estará a disposição apenas a partir desta sexta-feira. Após passar por um período de condicionamento físico, o zagueiro Alex Moraes está liberado e deve compor o banco de reservas. O defensor também está inscrito na CBF desde quarta-feira (21) e fechou um vínculo até o dia 30 de novembro.

Já o vínculo com Edinho, Moraes espera que seja duradouro, mas reiterou que a pressão para a manutenção ou demissão do técnico está ligado à cultura do futebol brasileiro. “No Brasil é assim. Em duas rodadas, tanto na Série-A, como na Série-B, já teve uma sequencia de treinadores caindo”. Só que o zagueiro fez questão de garantir que o clima no grupo é ótimo e que os jogadores sabem que possuem capacidade para reverter o quadro.

Mas e como está Edinho nesta história toda. No treino da véspera do confronto com o Sampaio Corrêa, o treinador se mostrou à vontade. Concedeu entrevista aos veículos de comunicação em um tom ameno e até com algumas brincadeiras, até mesmo, sobre o patrão. “Em relação a ele como atleta, ele faltou nesta semana em alguns treinos e já foi vetado desta partida. Então, esta parte disciplinar, eu vou ter que conversar um pouquinho com ele”. Enquanto Rivaldo cuidava da forma física durante os rachões (treino descontraído, sem aplicação de táticas e execuções técnicas) que antecedem as partidas, o clima entre ambos foi amistoso, com cumprimento cordial e muita conversa.

E horas antes de fazer seu terceiro jogo como técnico, o filho do Rei Pelé reiterou que é súdito como qualquer outro em sua profissão. “Isso é natural do cargo, é assim que funciona principalmente no Brasil. Mas, eu estou muito tranquilo quanto ao trabalho, quanto ao nosso objetivo aqui, de fazer as mudanças que são necessárias para o clube crescer, ter sucesso”, garantiu.

Outra garantia dada pelo técnico é a de que em nenhum momento chegou a ser demitido em Salvador, logo após os 4 a 1 para o Bahia. Reiterou ainda que nenhuma conversa em torno de uma eventual demissão em caso de insucesso contra o Sampaio Corrêa esteve em pauta. “Não houve nada disso. Agora, se numa esfera executiva houve este tipo de diálogo, aí não sou eu que vou poder responder. O que houve de conversa foi em relação aos resultados e o que pode ser feito para mudar. Ele (Rivaldo) realmente está muito preocupado, o que é natural. É assim que funciona em uma empresa né, o maior responsável tem que tirar satisfações dos seus funcionários, da mesma forma como ele se reuniu também com o grupo de atletas e uma boa conversa é sempre válida”, afirmou Edinho.

Simultaneamente ao discurso compreensivo quanto ao modus operandi que há no Brasil em relação a treinador, Edinho fez uma espécie de autodefesa. A base do argumento? Histórias de outros técnicos. Ele relembrou que muitas passagens de sucesso de treinadores começaram com derrotas e que foram preservados por diretores e pela cúpula das equipes. “O próprio Vanderlei (Luxemburgo) quando chegou no Corinthians, parece que sofreu cinco derrotas e aí depois ele conseguiu tudo o que ele conseguiu. Existe uma série de exemplos”.

O DIVISOR DE ÁGUAS

Para reverter o quadro, Edinho e seus comandados terão que bater o Sampaio Corrêa. Os clubes fazem, até aqui, campanhas opostas. Enquanto o Sapo perdeu os dois jogos, o Tubarão está com 100% de aproveitamento e entrará em campo na terceira colocação. No Mogi, a principal baixa será o volante Léo Bartholo, que contraiu dengue e está vetado. Mesmo afim de fazer mistério, Edinho deve escalar um centroavante. Ele elogiou Rivaldo Júnior, não descartou Junior Juazeiro e ainda testou Magrão, que contra o Bahia, sequer foi opção no banco de reservas.

No último treino tático antes de encarar o Tubarão, Magrão foi o mais utilizado e formou dupla com Geovane. Já no time reserva, o treinador fez questão de simular a velocidade do Sampaio Corrêa, utilizando Geovane Loubo aberto nas beiradas como teste para o sistema defensivo mogiano. Além de Bartholo, o Sapo não contará com o lateral direito Valdir (se recupera de um entorse no joelho) e o meia Everton Heleno (problema muscular). Ambos estão na reta final do tratamento. O atacante Thomas Anderson, que em março sofreu uma fratura na fíbula, deve voltar a treinar com o grupo em 30 dias e o meia-atacante Romildinho, que sofreu uma luxação no ombro esquerdo, em 15.

No Sampaio Corrêa, a principal baixa será o atacante Pimentinha. Destaque da equipe nos confrontos da Copa do Brasil contra o Palmeiras, o velocista sofreu um estiramento no músculo adutor da coxa esquerda. O substituto deve ser Cleitinho, que também foi elogiado por Edinho. “Só muda a perna boa”, comentou, em referência à habilidosa canhota do desfalque boliviano. Em compensação, o lateral direito Daniel Damião, recuperado de contusão, retoma a vaga de titular.



FICHA TÉCNICA – MOGI MIRIM X SAMPAIO CORRÊA

MOGI MIRIM: Daniel; Edson Ratinho, Fábio Sanches, Wagner e Leonardo; Magal, Romarinho, Vitinho e Elvis; Geovane e Magrão (Rivaldo Jr.). Técnico: Edinho Nascimento.

SAMPAIO CORRÊA: Ruan; Daniel Damião, Edvânio, Luiz Otávio e Raí; Moisés, Diones, Rogério, Cleitinho e Válber; Robert. Técnico: Léo Condé.

Local: estádio Romildo Vitor Gomes Ferreira (Romildão), em Mogi Mirim. Data: 22/5/2015. Horário: 21h50. Na TV: Premiere. Árbitro: Philip Georg Bennett (RJ). Assistentes: Gilberto Stina Pereira (RJ) e Michael Correia (RJ).

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